Nottingham Guardian - Secretário de Saúde Kennedy Jr. defende demissão de diretora dos CDC

Secretário de Saúde Kennedy Jr. defende demissão de diretora dos CDC
Secretário de Saúde Kennedy Jr. defende demissão de diretora dos CDC / foto: Alex WROBLEWSKI - AFP

Secretário de Saúde Kennedy Jr. defende demissão de diretora dos CDC

O secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy, defendeu nesta quinta-feira (4) a decisão de demitir a diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) como algo "absolutamente necessário" para restabelecer altos padrões.

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A destituição de Susan Monarez, assim como várias demissões de altos funcionários, mergulharam a principal agência de saúde pública do país em uma crise interna.

Em uma audiência no comitê de Finanças do Senado, Kennedy criticou as ações dos CDC durante a pandemia de covid, uma gestão que fracassou "miseravelmente" com políticas "desastrosas e absurdas", incluindo as orientações sobre o uso de máscaras, o distanciamento social e o fechamento de escolas.

"Os CDC permitiram que o sindicato dos professores redigisse a ordem de fechamento das nossas escolas – o que prejudicou os trabalhadores em todo o país – e depois fingiram que a decisão estava baseada na ciência", afirmou Kennedy em sua intervenção.

"Precisamos de uma liderança nova, ousada, competente e criativa nos CDC, pessoas capazes e dispostas a traçar um novo rumo", acrescentou.

Monarez assumiu o cargo há menos de um mês, enquanto Kennedy realizava uma revisão profunda dos objetivos e métodos de trabalho da Secretaria de Saúde.

A oposição democrata instou o secretário a renunciar durante uma troca acalorada de críticas, às vezes aos gritos.

Ron Wyden, o democrata de maior destaque no Comitê de Finanças do Senado, exigiu na abertura da sessão que Kennedy prestasse juramento, acusando-o de mentir em depoimentos anteriores por escrito.

"É do interesse do país que Robert Kennedy renuncie, e se ele não o fizer, [o presidente] Donald Trump deveria demiti-lo antes que mais pessoas sejam prejudicadas", declarou Wyden.

O pedido foi rejeitado por Trump e pelo senador Mike Crapo, que elogiou Kennedy por seu foco nas doenças crônicas, incluindo a crise da obesidade.

Prestar juramento a um comitê do Senado não é obrigatório e depende da discricionariedade do partido que detém a maioria.

Monarez, que havia sido previamente apoiada por Kennedy, acusou o secretário de Saúde de conduzir "um esforço deliberado para enfraquecer o sistema de saúde pública dos Estados Unidos e as proteções das vacinas" em um artigo de opinião no Wall Street Journal nesta quinta-feira.

"Perguntei a ela: 'Você é uma pessoa confiável?' E ela disse: Não", afirmou Kennedy em resposta à oposição, para explicar a demissão da alta funcionária.

- Trocas ásperas -

Antigamente um respeitado advogado ambientalista, Kennedy emergiu em meados dos anos 2000 como um destacado ativista antivacinas, com ações judiciais contra o poderoso setor farmacêutico americano.

Desde que assumiu o cargo, restringiu as doses contra a covid-19 a grupos mais limitados, cortou os subsídios federais para pesquisa da tecnologia de mRNA, à qual se atribui ter salvo milhões de vidas, e redirecionou fundos para investigar linhas de pesquisa médica controversas em setores científicos.

As trocas foram intensas.

A senadora democrata Maria Cantwell chamou Kennedy de "charlatão" por seus ataques à pesquisa sobre mRNA, enquanto Kennedy acusou a senadora Maggie Hassan de "dizer absurdos" e de "inventar coisas para assustar as pessoas", depois que a legisladora afirmou que os pais estavam enfrentando dificuldades para conseguir vacinas contra a Covid para seus filhos.

P.Connor--NG