

Velório do papa Francisco chega ao fim com 250 mil visitantes
Cerca de 250 mil pessoas prestaram homenagens diante do féretro do papa Francisco durante os três dias de velório na Basílica de São Pedro, anunciou o Vaticano nesta sexta-feira (25), na véspera do funeral.
O primeiro pontífice latino-americano, falecido na segunda-feira aos 88 anos, superou assim as 195 mil pessoas que se despediram de seu predecessor Bento XVI após sua morte em 31 de dezembro de 2022.
Imagens de televisão mostraram a capela-ardente se esvaziando do grande público por volta das 19h (14h no horário de Brasília), enquanto permaneciam cardeais, sacerdotes e trabalhadores da Santa Sé.
Entre os fiéis que se despediram do papa nesta sexta-feira está Mónica Penagos, uma colombiana que vive na Itália há 25 dos seus 61 anos. Ela estava acompanhada de um grupo de latino-americanos residentes em Roma.
"Ele iria querer nos ver assim, alegres", disse Penagos à AFP, vestindo um traje com as cores da Colômbia. "A verdade é que eu chorei muito por ele, era meu velhinho lindo, era nosso papa, o papa dos migrantes".
Com o fechamento do caixão do jesuíta argentino em uma cerimônia privada a partir das 20h (15h de Brasília), a organização das suas exéquias entra em sua etapa final.
Presidentes e monarcas de todo o mundo comparecerão no sábado (26) ao funeral. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a tempo de visitar a capela-ardente, assim como o presidente francês Emmanuel Macron.
Antes de partir para a Cidade Eterna, o americano Donald Trump disse que realizaria diversas reuniões bilaterais em paralelo ao funeral, sem especificar com quem. O pouso do Air Force One está previsto para 20h50 GMT (17h50 de Brasília).
- Trump, Milei, Lula -
Mais de 50 chefes de Estado e 10 monarcas em exercício comparecerão à missa fúnebre, que acontecerá na Praça de São Pedro, no sábado a partir das 10h (5h de Brasília).
Presidentes como Donald Trump, Javier Milei e Lula, além do rei Felipe VI da Espanha e do secretário-geral da ONU, António Guterres, confirmaram presença.
As delegações oficiais ocuparão o lado direito, voltado para a basílica. Na primeira fila estarão os presidentes da Argentina — terra natal de Bergoglio — e da Itália, Sergio Mattarella.
Em seguida, estarão os monarcas, como o rei espanhol Felipe VI, e os demais presidentes, em ordem alfabética em francês.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, expressou condolências na quinta-feira, após dias de silêncio. As relações entre a Santa Sé e Israel pioraram consideravelmente após o ataque sem precedentes do Hamas em território israelense no dia 7 de outubro de 2023 e a posterior ofensiva israelense na Faixa de Gaza.
- "Franciscus" -
O enterro de Francisco também acontecerá no sábado, na Basílica de Santa Maria Maior de Roma, o primeiro de um pontífice fora do Vaticano desde Leão XIII, em 1903.
Após a missa no Vaticano, o cortejo fúnebre percorrerá as ruas de Roma, passando por monumentos como o Coliseu, segundo as autoridades.
O público poderá acompanhar a cerimônia em telões. As autoridades estimam que dezenas de milhares de pessoas poderiam acompanhar o translado do caixão do pontífice.
O túmulo do papa será de mármore e terá apenas uma palavra, "Franciscus". Uma reprodução da cruz peitoral utilizada por ele acompanhará o conjunto.
As autoridades italianas determinaram uma zona de exclusão aérea sobre Roma e mobilizaram unidades antidrone com sistemas de inibição de sinais para evitar qualquer atividade suspeita.
Aviões de combate estão em alerta para intervir, enquanto helicópteros policiais sobrevoam o centro histórico e franco-atiradores foram posicionados nos telhados da Via della Conciliazione, que leva à Praça de São Pedro, e na colina próxima de Gianicolo.
- "Um pouco órfãos" -
O papa que veio "do fim do mundo" liderou a Igreja Católica a partir de 2013 com um pontificado reformista muito centrado na pobreza. Seu estilo cordial e austero rendeu críticas da ala mais conservadora.
"Ficamos um pouco órfãos", disse em uma homilia na quarta-feira o cardeal francês Jean-Marc Aveline, um dos nomes cotados para ser eleito no próximo conclave.
O Vaticano ainda não anunciou a data para o início da reunião que escolherá o novo líder espiritual de 1,4 bilhão de católicos.
O conclave deve acontecer na emblemática Capela Sistina em um prazo de entre 15 e 20 dias a partir da morte do pontífice, ou antes, caso os cardeais decidam dessa maneira.
Mais de dois terços dos 135 cardeais que poderão votar foram nomeados pelo falecido papa.
J.Fletcher--NG